Para algumas pessoas é um fato corriqueiro sentir certas dores no dia-a-dia e não se preocupar muito, por achar normal ter uma dor de cabeça, pegar um resfriado ou ter uma alergia de vez em quando. Mas não é bem assim...
Na maioria das vezes, as pessoas não param para pensar que aquela dor (seja ela qual for), é um alerta que nosso corpo está enviando na intenção de comunicar que em algum setor de nossa vida existe alguma coisa errada. O que estou querendo dizer é que as alterações no nosso organismo têm como origem um desajuste no campo emocional. Sendo assim, é muito importante prestarmos atenção em nosso corpo e em suas alterações.
Assim, compartilho
com vocês o seguinte texto:
“Este
alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico:
O
resfriado escorre quando o corpo não chora.
A
dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O
estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O
diabetes invade quando a solidão dói.
O
corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A
dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.
O
coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A
alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As
unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O
peito aperta quando o orgulho escraviza.
O
coração enfarta quando chega a ingratidão.
A
pressão sobe quando o medo aprisiona.
As
neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.
A
febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
O
plantio é livre, a colheita obrigatória. Preste atenção no que você está
plantando, pois será a mesma coisa que irá colher”.
Martha
Medeiros escreveu uma crônica que trata do assunto. Apesar de a autora ser (como
ela mesma diz) um pouco cética, achei válido colocar aqui o texto dela. Afinal,
ainda que Martha não creia 100%, ela entende que a mente afeta o corpo e isso é
o mais importante.
Segue
a crônica da Martha, Quando o corpo fala:
“Nunca
tinha escutado o nome de Louise L. Hay, que, pelo que eu soube, é uma psicóloga
americana com vários livros publicados e traduzidos para diversos idiomas,
inclusive para o português. Me parece que é de auto-ajuda, a julgar pelos
títulos: como curar sua vida e outros
do gênero. Como se existisse fórmula mágica para alguma coisa. Se esses manuais
funcionassem, seríamos todos belos, ricos, bem-casados, desenvoltos,
empreendedores, bambambãs em
tudo. Mas um dos temas que ela trata é bastante interessante
e já inspirou vários bate-papos entre amigos. Ela diz que todas as doenças que
temos são criadas por nós. Pô, Louise. Como assim, “criadas”? Fosse simples
desse jeito, bastaria a força da mente para evitar que o vírus da gripe
infectasse o ser humano.
Porém,
se não levarmos tudo o que ela diz ao pé da letra, se abstrairmos certos
exageros, vamos chegar a um senso comum: nós realmente facilitamos certas
invasões ao nosso corpo. É o que se chama somatizar, ou seja, é quando uma dor
psíquica pode se manifestar fisicamente. Muitas vezes acontece, sim.
“Todas
as doenças têm origem num estado de não-perdão”, diz a psicóloga. “Sempre que
estamos doentes, necessitamos descobrir a quem precisamos perdoar”. Mais uma
vez, o exagero, já que “sempre” é um amontoado de tempo que não sustenta
nenhuma teoria. Mas ela insiste: “Pesar, tristeza, raiva e vingança são
sentimentos que vieram de um espaço onde não houve perdão. Perdoar dissolve o
ressentimento”.
Pois
é, o perdão. Outro dia estava lendo um verso de um poeta que já citei em outra
oportunidade, a Vera Americano , em que ela diz: “Perdão/duro rito/ da remoção do estorvo”. É difícil perdoar, mas
que faz bem à saúde, não tenho a menor dúvida. Quanto mais leve a alma, mais
forte o organismo. Por que não tentar?,
Louise
L. Hay acredita tanto, mas tanto nisso, que chegou a fazer uma lista de doenças
e suas prováveis causas. Exemplo: apendicite vem do medo. Asma, de choro
contido. Câncer, de mágoas mantidas por muito tempo. Derrame, da rejeição à
vida. Dor de cabeça vem da autocrítica. Gastrite, de incertezas profundas.
Hemorróidas vem do medo de prazos determinados e raiva do passado. A insônia
vem da culpa. Os nódulos, do ego ferido. Sinusite é irritação com pessoa
próxima.
Eu
sei e os leitores sabem que não é bem assim, que isso é uma generalização e que
há vários outros fatores em jogo, mas não custa prestarmos atenção na
interferência que nossos sentimentos têm sobre o nosso corpo, assim poderemos
ajudar no tratamento sendo menos tensos e angustiados.
Para
quem é 100% cético, tudo isso é balela. Já fui desse modo. Tempos atrás, não
daria a mínima para as afirmações de Louise L. Hay. Hoje me considero 70%
cética e ainda pretendo reduzir este índice, pois reconheço que os meus parcos
30% de crença no que não é cientificamente provado é que me salvam de uma
úlcera".