sexta-feira, 29 de junho de 2012

Canção de Amor


Ai, o amor é uma caixinha de surpresas
Um tigre de papel, uma tortura
Um jogo delicioso, uma armadilha
Que faz do criador a criatura

Ai, o amor é como um quarto de despejo
Um coelho que se esconde na cartola
Um grito silencioso de desejo
Um bolerão tocando na vitrola

Ai, o amor é como o gesto de um toureiro
Que ordena que a platéia se comporte
Enquanto a orquestra ataca um passo " double "
E sabe que caminha para a morte

Ai, o amor é uma colher de anfetamina
Uma mulher que aprende sem malícia
As regras delicadas do brinquedo
Uma cachaça, um caso de polícia

Ai, o amor é o delírio da torcida
Um fim de festa, louca fantasia
O lance que desvenda a face oculta
E o canto desvairado da alegria.

As Frenéticas
Composição: Astor Piazzola e Geraldo Carneiro

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