quarta-feira, 30 de maio de 2012

Homenagem para as EX

Resolvi postar essa crônica para mostrar que a gente deve enfrentar tudo na vida, (até as situações mais improváveis), com muito bom humor. E claro, para divertir vocês também!

"Acho que quase todo mundo que está lendo este texto é ex-namorada(o) de alguém. 

Eu, pelo menos, sou ex namorada de quatro meninos, e talvez por um milagre divino nunca tenha tido problema com ex-namorada nenhuma. Umas já eram casadas, outras não moravam no Brasil, já estavam em outra, essas coisas. Nunca tive a louca que liga chorando, que dá barraco em festa, e nem fui esse tipo de ex também. 

Agora, pensando bem, eu acho que a gente tem muito que agradecer a todas as ex dos nossos namorados. Eu como ex, por exemplo, alterei guarda-roupas, vocabulários e hábitos alimentares de vários namorados. Introduzi a sunga no vestuário moda-praia já que ninguém é obrigada a ver aquela cueca molhada, enrugada e transparente depois que eles tiram a bermuda. Gente, sunga não serve só pra queimar a coxa branca, ok?

Por que a ex, sim, aquela mesma que você chama de vaca, precisa ser necessariamente uma vaca? Pensa bem, ela, de todas as mulheres do mundo, é a única que vai dizer "É, eu seiiii!!", quando você comentar o tanto que irrita ele mudar de canal freneticamente. Ela é o único ser que vai te confortar, esclarecendo que "no jantar era sempre assim, saía da mesa sem eu ter terminado... uma falta de respeito". 

E vai saber de quantas outras coisas ela te poupou, porque, se tem cara que não espera você acabar de jantar, tem cara que não espera você gozar. Foi essa coitada, pode ter certeza, que, depois de horas de DR (discutir relação), mostrou a diferença entre homens e mulheres, e é por isso que, hoje em dia, você dorme relaxada.

Gente, pensa bem: um cara que nunca namorou, quando ele te vê chorando, ele desespera e não faz nada. Muitas vezes vai embora. O cara que já namorou, quando te vê chorando, tenta um "calma linda" com aquela coçada nas costas, sabe? Agora, um cara que já namorou bastante, morou junto ou foi casado, enquanto ele te abraça forte, ele ainda diz que você está mais magra! Quer dizer... Isso são anos de treino. Isso tudo foi ela, a vaca. É justo mesmo chamá-la de vaca?  

Pensa bem na TPM... Um novato não consegue achar plausível você chorar na propaganda do Itaú; o médio experiente não se mete; o que namorou anos já tem a sensibilidade de comentar "Foda essa propaganda, né?", enquanto faz as contas mentalmente de quantos dias faltam pra essa loucura de TPM acabar. 

Tudo bem, eu sei que tem ex-doida, maníaca perseguidora, mas, tirando essas aberrações, as ex-namoradas foram fundamentais no processo de amadurecimento do seu atual. A ex do meu namorado proibiu as meias brancas. Vou tirar o mérito? Nunca. É meia colorida, listrada. Arrasou!

Foi por ter sempre sido uma namorada e ex-namorada exemplar que resolvi escrever esse texto. Ex-namoradas, vocês são o máximo. Obrigada"

Fremder, Camila. Parece filme, mas é vida mesmo... 

Lidando com a questão do divórcio dos pais – Parte 2


Nazareth (2004) defende que o divórcio tem repercussões singulares, específicas e extensas. Assim como o casamento traz repercussões no indivíduo e no meio que o cerca, o divórcio também traz. “Toda separação tem conseqüências que provocam muita turbulência em todos os envolvidos.” (NAZARETH, 2004).

São muitas as causas de um divórcio. Ele pode ocorrer devido a imaturidade emocional, egocentrismo, dificuldade de intimidade, baixa auto-estima, fusão entre os cônjuges, relações extra-conjugais. Assim como pode ocorrer também, em busca de uma relação conjugal que seja satisfatória. Independente da razão, o divórcio é um evento de alto nível estressor.

De acordo com Anton (2000), sendo o divórcio um forte rompimento no ciclo de vida das pessoas envolvidas, as fases de vida concomitantes ao divórcio ficam mais complexas. No entanto, deve-se considerar o contexto sócio-cultural da família com relação ao impacto do divórcio. Alguns grupos religiosos aceitam melhor o divórcio do que outros. Pessoas que moram em cidades do interior têm maior dificuldade em se divorciarem por temerem discriminação.

Peck e Manocherian (1995) afirmam que é preciso se ajustar a nível emocional e prático à nova vida. São muitos os fatores que influenciam a resposta frente ao divórcio: as circunstâncias da dissolução do casamento, a natureza e a qualidade da vida pósseparação, duração do casamento, estabilidade psicológica inicial, apoio disponível, entre outros.

E a reação dos filhos? Peck e Manocherian (1995) apontam que as reações dos filhos mudam de acordo com a idade, questões de gênero, temperamento, posição na família, experiências passadas, sistemas de apoio e competência cognitiva. O processo de ajustamento ocorre em estágios, num período de um a três anos, sendo o primeiro período o de pré-decisão e o último o de algum tipo de homeostase estabelecido na nova família, de progenitor sozinho ou recasamento.

Amanhã farei uma descrição dos estágios mencionados acima.

Referências bibliográficas:

-ANTON, Iara Camarata. A escolha do cônjuge: um entendimento psicodinâmico. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 

- NAZARETH, Eliana. Família e Divórcio. In: CERVENY, Ceneide. Família e.... São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004. 

- PECK, Judith Stern; MANOCHERIAN, Jennifer R. O divórcio nas mudanças do ciclo de vida familiar. In: CARTER, Betty; MCGOLDRICK, Monica. (Org.) As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. Cap. 15.

Dados estatísticos sobre o divórcio


Dados estatísticos sobre o divórcio

De acordo com o IBGE, a maior parte das separações realizadas no Brasil, em 2007, foi consensual, correspondendo a 75,9% do total. Contudo, entre os anos de 1997 a 2007, ocorreu um declínio de 5,9 pontos percentuais nas separações de natureza consensual.

Ainda segundo o IBGE, neste mesmo ano, a conduta desonrosa (ocorrência de uma grave violação do casamento) foi o motivo mais freqüente nas separações judiciais de natureza não-consensual, sendo mais requerida pelas mulheres do que pelos homens. A separação de fato foi razão de 10,3% do total de separações.

O IBGE aponta a preponderância de casamentos entre indivíduos solteiros, a partir de uma análise dos dados dos casamentos por estado civil dos cônjuges. Todavia, considerando novamente o período entre os anos de 1997 e 2007, observa-se uma tendência de declínio constante na proporção de casamentos entre solteiros, que passou de 90,1% para 83, 9%, nesses dez anos. Em contrapartida, a proporção de casamentos entre indivíduos divorciados com cônjuges solteiros vem crescendo, sendo bem mais freqüente a união entre homens divorciados e mulheres solteiras, onde os percentuais passaram de 4,4% para 7,1%. No caso de união entre mulheres divorciadas e homens solteiros os percentuais passaram de 1,9% para 3,7%. Observou-se também o crescimento de casamentos entre cônjuges divorciados, que cresceu de 1,1%, em 1997, para 2,5% em 2007.

O IBGE observou também o crescimento de casamentos entre cônjuges divorciados e suas estatísticas do Registro Civil destacam também a prevalência das mulheres na guarda dos filhos menores. No ano de 2007, em 89,1% dos divórcios a responsabilidade pela guarda dos filhos menores foi concedida às mulheres. Este fato é apontado como um dos fatores que contribui para o grande número de casamentos entre homens divorciados e mulheres solteiras.

Segundo Féres-Carneiro (2003), quase sempre são as mulheres que manifestam o desejo de separar. Para elas a possibilidade de realizar mudanças é maior. Todavia, o número de homens que solicitam o divórcio está aumentando. O IBGE considera que esse crescimento deve-se ao interesse pelo recasamento, tendo em vista o crescente índice de homens divorciados que se casam novamente.

Observação: os dados mais atuais sobre o divórcio registrados pelo IBGE são referentes ao ano de 2007.

Referências bibliográficas

- FÉRES-CARNEIRO, Terezinha. Separação: o doloroso processo de dissolução da
conjugalidade. Estudos de Psicologia, Natal, v. 8, n. 3, p. 367-374, set./dez. 2003.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
294X2003000300003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt >.

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas do
século XX. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/seculoxx/arquivos_xls/palavra_chave/populacao/divorcio.shtm>.

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas do
Registro Civil 2007. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1
278&id_pagina=1>.





Dados históricos sobre o divórcio


O divórcio foi instituído em 1977, após o advento da Lei do Divórcio, Lei nº 6.515. Antes de 1977, os cônjuges podiam dissolver a união, através do desquite, mas não podiam realizar novo casamento. Mesmo após a promulgação da Lei havia restrições quanto ao tempo de separação necessário para que o divórcio fosse possível, assim como restringia também o número de uniões posteriores. (BRASIL, 1977). As restrições só acabaram, em 1988, com a nova Constituição da República. (BRASIL,1988).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atribuiu o crescimento do divórcio à mudança de comportamento na sociedade, mas, principalmente, à criação da Lei 11.441, de 04 de janeiro de 2007. Essa Lei alterou dispositivos da Lei nº 5.969, de 11 de Janeiro de 1973, e possibilitou que inventários, partilhas, separações e divórcios consensuais pudessem ser feitos pela via administrativa. (BRASIL, 2007).

Antes da modificação do art. 982 e do acréscimo do art. 1.129-A à Lei 11.441/07, o inventário e a partilha eram sempre processados judicialmente, mesmo que todas as partes fossem capazes. Ou seja, a separação e o divórcio, que até então eram sempre judiciais, a partir da nova Lei, puderam ser consensuais, permitindo aos cônjuges realizarem a dissolução do casamento, através de escritura pública, em qualquer tabelionato do país e de forma mais ágil. Entretanto, se houver testamento, filhos menores ou incapazes do casal, e/ou litígio, a partilha deve ser judicial. (BRASIL,2007).

No dia 13 de julho de 2010, o Congresso Nacional promulgou uma nova emenda na Constituição que torna o divórcio imediato. Ou seja, essa nova emenda facilita a dissolução do casamento civil ao eliminar a exigência atual de separação judicial prévia por mais de um ano ou de separação de fato por mais de dois anos para que os casais possam se divorciar.

Referências bibliográficas

- BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, 05 out. 1988.
- BRASIL. Emendas constitucionais - PECs do Divórcio e da Juventude serão
promulgadas hoje em sessão do Congresso. Votação. Jornal da Câmara. Notícias.
Câmara dos Deputados.
- BRASIL. Lei 5.869. República Federativa do Brasil. Brasília, 11 jan. 1973.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm>
- BRASIL. Lei 6.515. República Federativa do Brasil. Brasília, 26 dez. 1977.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6515.htm>
- BRASIL. Lei 11.441. República Federativa do Brasil. Brasília, 04 jan. 2007.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-
2010/2007/Lei/L11441.htm>.
- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas do
século XX. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/seculoxx/arquivos_xls/palavra_chave/populacao/divorcio.shtm
>.
- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas do
Registro Civil 2007. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1
278&id_pagina=1>. 

PENSATAS



domingo, 27 de maio de 2012

A MULHER DE CADA SIGNO


Já disse anteriormente - no texto “Conto de fadas da mulher moderna” - que para a escritora Féres-Carneiro o divórcio não significa a descrença no casamento, significa uma busca por uma relação mais satisfatória.

Creio que Vinicius de Morais, um dos maiores poetas brasileiros, também pensava assim. Afinal, Vinícius foi casado nove vezes, o que lhe rendeu a fama de grande conquistador. Além de poeta, diplomata, dramaturgo, jornalista e compositor brasileiro, ele também era um entendedor das mulheres, e prova isso ao descrever as mulheres de cada signo com sensibilidade e delicadeza.

A mulher de Áries

Branca, preta ou amarela
A ariana zela.
Tem caráter dominador
Mas pode ser convencida
E aí, então, fica uma flor:
Cordata... e nada convencida.
Porque o seu denominador
É o amor:
Eu cá por mim não tenho nenhum
Preconceito racial:
Mas sou ariano.

A mulher de Touro

O que é que brilha sem ser ouro?
A mulher de Touro.
É a companheira perfeita
Quando levanta ou quando deita
Mas é mulher exclusivista
Se não tem tudo, faz a pista.
Depois, que dona de casa...
E a noite ainda manda brasa.
Sua virtude: a paciência
Seu dia bom: a sexta-feira
Sua cor propícia: o verde
As flores de seus pendores:
Rosa, flor de macieira.

A mulher de Gêmeos

A mulher de Gêmeos
Não sabe o que quer
Mas tirante isso
É boa mulher.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que diz
Mas tirante isso
Faz o homem feliz
A mulher de Gêmeos
Não sabe o que faz
Mas tirando isso é boa demais.

A mulher de Câncer

Você nunca avance
Em mulher de Câncer.
Seu planeta é a Lua
E a Lua, é sabido
Só vive na sua.
É muito apegada
E quando pegada
Pega da pesada.
É mulher que ama
Com muito saber
No tocante a cama
Não sei lhe dizer...

A mulher de Leão

A mulher de Leão
Brilha na escuridão.
A mulher de Leão, mesmo sem fome
Pega, mata e come.
A mulher de Leão não tem perdão
As mulheres de Leão
Leoas são.
Poeta, operário, capitão
Cuidado com as mulheres de leão!
São ciumentas e antagônicas
Solares e dominicais
Ígneas, áureas e sardônicas
E muito, muito liberais.

As mulheres de Virgem

Se Florence Nightingale era Virgem
Não sei... mas o mal é de origem.
A mulher de Virgem aceita a amante.
Isto é: desde que não a suplante.
Sexo de consumo, pães-de-minuto
Nada disso lhe há de faltar.
O condomínio é absoluto
A Virgem é mulher do lar.
Opala, safira, turquesa.
São suas pedras astrais
Na cuca muita esperteza
Na existência, muita paz.

A mulher de Libra

A mulher de Libra
Não tem muita fibra
Mas vibra.
Quer lhe ver contente?
Dê-lhe um presente.
Quando o marido a trai
A mulher de Libra
Balança mas não cai.
Se você a paparica
Ela fica.
Com librium ou sem librium
Salve, venusina
Que guarda o equilíbrio
Na corda mais fina.

A mulher de Escorpião

A mulher de Escorpião
Comigo não!
É a abelha mestra
É a viúva negra
Só vai de vedete
Nunca de extra.
Cria o chamado conflito
De personalidades.
É mãe tirana.
Mulher tirana.
Filha tirana .
Neta tirana.
Tirana tirana
Agora, de cama diz
Que é boa paca.

A mulher de Sagitário

As mulheres sagitarianas
São abnegadas e bacanas.
Mas não lhe venham com grossuras
Nem injustiças ou censuras
Porque ela custa mas esquenta
E pode ser muito violenta
Aí, o homem que se cuide...
- Também, quem gosta de censura!

A mulher de Capricórnio

A mulher de Capricórnio é capricornial
Como a cabra de João Cabral
Eu ano a mulher de Capricórnio
Por que ela nunca lhe põe Os próprios.
A caprina é tão ciumenta
Que até ciúmes ela inventa.
Mulher fiel está aí: e cabra
Só que com muito abracadabra.
Suas flores: a papoula e a cânhamo
De onde vem o ópio e a maconha
Ela é uma curtição medonha
Por isso nos capricorniamos. 

A mulher de Aquários

Se o que se quer é a boa esposa
A aquariana pousa.
Se o que se quer é outra coisa
A aquariana ousa.
Se o que se quer é muito amor
A aquariana
É mulher macho sim senhor.
Porém não são possessivas
Nem procuram dominar
Ou são meigas e passivas
Ou botam pra quebrar. 

A mulher de Peixe

Mulher de peixe, peixe é
Em águas paradas não da pé
Porque desliza como a enguia
Sempre que entra numa fria.
Na superfície é sinhazinha
E festiva como a sardinha
Mas quando fisga um namorado
Ela está frito, escabechado.
É uma mulher tão envolvente,
Que na questão do Paraíso
Há quem suspeite seriamente
Que ela era a mulher e a serpente.
Seu id: aparentar juízo.
Seu ego: a omissão, o orgulho
Sua pedra astral: a ametista
Seu bem: nunca ser bagulho
Sua cor: o amarelo brilhante
Seu fim: dar sempre na vista.

Vinicius de Moraes

terça-feira, 22 de maio de 2012

DIA DO ABRAÇO


Hoje é comemorado o dia do abraço! Às vezes, na correria da vida mal temos tempo pra dizer bom dia, então que tal pararmos um pouco para distribuir abraços a todos aqueles que amamos!


O abraço conforta, aproxima, preenche o “vazio”, transmite carinho, expressa arrependimento, assim como simboliza perdão. Em momento de tristeza ou de conquista, nada melhor do que um abraço! Ele é bem vindo na alegria e na tristeza, na despedida e no reencontro. É consensual que o abraço tem efeito terapêutico. Abraço não tem contra-indicação, não custa dinheiro, e o melhor, quando você abraça alguém, naquele mesmo momento, você recebe um de volta. Então, não economize, distribua abraços e doe amor!

PENSATAS



CASAMENTO ABERTO


Uma das escritoras e cronistas de que mais gosto é a Martha Medeiros (vou falar muito dela por aqui). Hoje me lembrei de um texto que ela escreveu sobre casamento, em 2005, e procurei até achá-lo. No tempo em que tudo é pra ontem, um texto escrito há sete anos já é considerado velho. No entanto, esse permanece extremamente atual. Não fique chocada com o início do texto, insista e vá até o final. Vale a reflexão!

“Andou circulando pela internet um texto creditado a Danielle Mitterrand, viúva do ex presidente francês François Mitterrand. Pelo teor, acredito que seja mesmo de sua autoria. Quando permitiu que a amante e a filha que ele teve fora do casamento comparecessem aos funerais, Danielle comprou uma briga com a ala mais conservadora da sociedade francesa. Agora está se defendendo com uma reflexão que serve para todos nós.

É sabido que a instituição casamento vem se descredibilizando com o passar do tempo. Hoje, uma relação que dure vinte anos já é candidata ao Guinnes. Li outro dia uma pesquisa sobre os casais mais “divorciáveis” da atualidade. A tal Paris Hilton era a mais cotada para se separar no primeiro ano de matrimônio – erraram: nem chegou a haver casamento. E fora do mundo das celebridades não é muito diferente. Os pombinhos estão no altar, e os amigos, na igreja, já estão fazendo suas apostas para a duração do enlace. Todo mundo quer casar, adora a idéia, mas poucos ainda acreditam nos felizes para sempre, e não porque sejam cínicos, mas porque conhecem bem o contrato que estão assinando: com exigência de exclusividade vitalícia, ou seja, ninguém entra, ninguém sai. Difícil achar que isso vai dar certo nos dias atuais.

O casamento vai acabar? Nunca, mas vai continuar a fazer muita gente sofrer se não entrarem cláusulas novas nesse contrato e se as cabeças não se arejarem. Danielle Mitterrand diz o seguinte: “Achar que somos feitos para um único e fiel amor é hipocrisia, conformismo. É preciso admitir docemente que um ser humano é capaz de amar apaixonadamente alguém e depois, com o passar dos anos, amar de forma diferente”. E termina citando sua conterrânea, Simone de Beauvoir: “Temos amores necessários e amores contingentes ao longo da vida”.

Estamos falando de casamento aberto, sim, mas não desse casamento escancarado e vulgar, em que todos se expõem, se machucam e acabam ainda mais frustrados. Casamento aberto é outra coisa, e pode inclusive ser monogâmico e muito feliz. A abertura é mental, não precisa ser sexual. É entender que com possessão não se chegará muito longe. É amar o outro nas suas fragilidades e incertezas. É aceitar que uma união é para trazer alegria e cumplicidade, e não sufocamento e repressão. É ternoção de que a cada idade estamos um pouquinho transformados, com anseios e expectativas bem diferentes dos que tínhamos quando casamos, e quem nos ama de verdade vai procurar entender isso, e não lutar contra. Sendo aberto nesse sentido, o casal construirá uma relação que seja plena e feliz para eles mesmos, e não para a torcida. E o que eles sofrerem, aceitarem, negociarem ou rejeitarem terá como único intento o crescimento de ambos como seres individuais que são.

Enquanto não renovarmos nossas idéias de romantismo, continuaremos a bagunçar aquilo que foi feito apenas para dar prazer: duas pessoas vivendo juntas. Eu não conheço nada mais difícil, mas também nada mais bonito. E a beleza nunca está nas mesquinharias e infantilidades. A beleza está sempre um degrau acima”.

Referência bibliográfica:

MEDEIROS, Martha. Doidas e santas, Porto Alegre, L&PM, 2008. 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

CONTO DE FADAS DA MULHER MODERNA


Desde crianças, as mulheres cultivam um sonho: o casamento. Os contos de fadas são grandes contribuintes. Sempre narram a história da princesa que passa por maus bocados durante um longo tempo, mas por fim é resgatada por um lindo (e rico) príncipe encantado, e se casa!
À medida que vamos virando “mocinhas”, os filminhos perdem um pouco a graça e evoluímos para as bonecas. Recriamos inúmeras vezes esses contos que tanto assistimos, montando o casamento da nossa Barbie (seja ela barbie sereia, rocker, veterinária, professora de balé ou engenheira de computação) com seu namorado, o Ken. E quem nunca brincou disso que atire a primeira pedra.
O tempo passa, abandonamos as bonecas, nos despedimos do príncipe Ken, mas o sonho de “viver feliz para sempre” continua ali. Com a chegada do primeiro amor nos sentimos a própria Cinderela (ao fim da história, claro!). Até que após algumas desilusões amorosas, ou choque de realidade como preferir, percebemos que não existe príncipe encantado, fada madrinha e que um beijo de amor verdadeiro não nos salva de todos os males. E nem por isso a vida deixa de ser maravilhosa!
Fico muito feliz em não ser uma princesa. Imagina que chatice passar anos dormindo, presa em uma torre ou sendo responsável pelos afazeres domésticos da casa de sua madrasta, apenas esperando pelo tão desejado príncipe. Prefiro a vida real, com pessoas reais, sonhos reais, amores reais.
Acordo, trabalho, viajo, danço, curto meus amigos e minha família. E apesar de saber que não existe príncipe e nem princesas, tenho certeza de uma coisa: existe o amor e ele pode ser eterno! E acho a minha vida muito mais divertida que um conto de fadas.
É muito comum recebermos a notícia de que aquele casal bacana, casado há vários anos, separou-se. E tem aqueles que dizem “poxa, que pena que não deu certo”. Como assim não deu certo? Claro que deu. Deu certo por tantos anos. Teria dado errado se não houvesse casamento. Mas as pessoas acham que o divórcio é o fracasso ou a descrença no casamento e o elevado número de divórcio no Brasil contribui ainda mais para esse pensamento.
O aumento do divórcio não significa falência na crença do matrimônio, ao contrário, as pessoas se separam mais, atualmente, porque buscam relações conjugais mais satisfatórias e de qualidade. O crescimento do divórcio é o reflexo da busca pela satisfação no casamento. O que ilustra isso é que muitos divorciados acabam casando novamente. Assim, o divórcio não ocorre porque o casamento torna-se pouco importante, mas porque sua importância é tão grande que os indivíduos não aceitam que suas expectativas relacionadas a esta união sejam frustradas. “Ao contrário do que se pode pensar, o divórcio não é a desvalorização do amor, mas a compreensão do finito”. (Féres-Carneiro, 2003).
Então, aproveita que Hollywood está recriando os clássicos contos de fadas, arrume uma boa companhia e vá ao cinema comer pipoca e assistir  a uma fantasia! E lembre-se, o filme é ficção, mas o amor não. E não há estatística de divórcio que mude isso. 

Referência bibliográfica

FÉRES-CARNEIRO, Terezinha. Separação: o doloroso processo de dissolução da conjugalidade. Estudos de Psicologia, Natal, 2003.

Workshop da Abundância


No ano de 2010 participei do Programa da Abundância e hoje estou aqui para recomendar para vocês essa experiência.
Saímos domingo bem cedo e retornamos já à noite. Aquele dia que parecia longo passou rapidamente. Não é atoa que dizem que tudo que é bom, dura pouco. 
Lá eu vi um lugar maravilhoso, com uma energia inexplicável, conheci pessoas bacanas e comi uma das melhores comidas da minha vida! Tudo feito com muito carinho. Um lugar tão perto de BH e ao mesmo tempo tão distante. Longe do tráfego, da confusão, do estresse do dia-a-dia. Um espaço pra pisar no chão, sentir a terra, conectar-se com a natureza... E para tornar o que já era perfeito, ainda melhor, vivenciei toda essa experiência com a psicóloga Rosana Freire, um ser humano incrível, de grande sabedoria, a quem tenho o maior orgulho de chamar de colega de profissão.
Tudo isso já bastaria à experiência, mas teve muito mais naquele dia. Entrei em contato comigo mesma de uma maneira inexplicável. Canalizei toda a energia em uma intenção (apesar de desejar pedir várias coisas, tive que escolher uma só) e desde lá as coisas estão melhorando cada vez mais. O mas legal foi perceber que pessoas que eu havia acabado de conhecer estavam desejando junto comigo, todos numa só conexão. Poderia me alongar ainda mais dando detalhes do que eu vivi, mas prefiro deixar aqui a sugestão para que você mesmo descubra...  

terça-feira, 15 de maio de 2012

Famílias "mutantes"


Esses dias li uma notícia que me chamou a atenção. A atriz mirim Ana Karolina, que é órfã de mãe e não conhece o pai biológico, é criada pelo tio e seu companheiro.  Ana Karolina disse a uma revista: “Eles têm atitudes normais de pais: educam, repreendem, dão amor, carinho, ajudam quando preciso me arrumar. Tive uma babá que falava: ''Coitada de você quando menstruar e for namorar. Imagine você sozinha com dois homens (risos)!'' Mas tenho certeza de que, quando isso acontecer, eles vão saber o que fazer.” 

O modelo de família nuclear composta por marido, mulher e filhos ainda é o que predomina na sociedade brasileira. Porém, as exceções ao modelo tradicional de família podem ser quase tão numerosas quanto os casos que obedecem ao modelo de família nuclear. Está aí o caso da pequena Ana para comprovar isso.

A menina dá valor aos pais que tem independente de ser um casal homoafetivo, pois recebe tudo aquilo que uma criança deseja receber de seus pais: afeto. Claro que o processo de adaptação não foi fácil. Ana disse ter realizado terapia durante muito tempo, mas não por ser criada por dois homens, e sim, pela perda repentina de sua mãe e por ir morar com um tio que não conhecia bem. Felizmente, com o tempo tio e sobrinha criaram um bonito vínculo.

A multiplicidade e a amplitude dessas famílias “não tradicionais” têm criado grandes problemas na definição das formas de família que caracterizariam a nossa sociedade, além de frequentemente levantarem a questão da desagregação da família e de sua progressiva destruição.

Entretanto, Cerveny e Berthoud (2009) afirmam que a família não se deteriorou ou enfraqueceu. Ao contrário, com sua imensa capacidade de adaptação, a família vem se transformando sem deixar de cumprir as funções consideradas estruturadoras e definidoras da própria instituição família: sua função biológica de garantir a proteção e o cuidado das novas gerações e sua função social de transmissão de padrões e normas culturais.

Porreca (2004), mencionando alguns novos arranjos familiares, identifica: as famílias monoparentais, que podem ser matrifocais ou patrifocais, quando o guardião (mãe ou pai) cria os filhos sem um companheiro permanente; as famílias ampliadas, que incluem a presença de outros parentes junto aos componentes da família nuclear, por exemplo, os avós; e as famílias recompostas, quando um dos parceiros, ou ambos, já tiveram uma primeira união com filhos e vivem com novos parceiros. Eu acrescento a família da Ana, a família homoafetiva.

Essa diversidade mostra que não se pode analisar a família no singular, como uma realidade homogênea. É necessário apreender a heterogeneidade da organização doméstica em seus diversos aspectos. Contudo, Cerveny e Berthoud (2009) afirmam que não se pode dizer que exista “novas versões de família brasileira”. O que surge são famílias “mutantes”, ou seja, famílias que se reorganizam e se reinventam, produzindo e reproduzindo valores, modelos de comportamento e formas de organização.

Se a afetividade é a base para a criação de uma família, o que menos importa é o arranjo familiar...

Referências bibliográficas:

CERVENY, Ceneide Maria de Oliveira; BERTHOUD, Cristiana Mercadante Esper. Ciclo vital da família brasileira. In: OSORIO, Luiz Carlos; VALLE, Maria Elizabeth do. Manual de terapia familiar. Porto Alegre: Artmed, 2009.
-PORRECA, Wladimir. Famílias recompostas: casais católicos em segunda união. Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto. 2004. Dissertação (Mestrado).

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ela (e) quer se casar, mas não acha ninguém...


Há muito tempo escuto dentro do consultório (e fora dele) queixas, de mulheres e de homens, sobre a dificuldade em encontrar alguém para ter um relacionamento sério.
As mulheres dizem “ta faltando homem no mercado”, os homens dizem “já não se faz mulher como antigamente”. Elas dizem que os homens só querem saber de diversão e nada de compromisso. Eles dizem que as mulheres não levam a relação a sério e esperam que os homens tenham muito poder (financeiro). As mulheres dizem não se importar com o dinheiro, os homens dizem querer “quietar o facho”... Com tanto disse, me disse, no final das contas o que todos querem é um companheiro.
Então, se existe um desejo mútuo em engatar um namoro, me pergunto: Por que esses homens e essas mulheres não se encontram? Será um problema quantitativo ou qualitativo? Acho que está mais para um problema de comunicação e de busca pela perfeição... 
Em algum momento da vida, é natural que o desejo em ter um relacionamento duradouro surja. Mas é importante ter em mente o que se almeja em uma relação. E, principalmente, qual a contribuição VOCÊ dá para alcançar o seu desejo.
Pense com clareza o que você espera do outro. Faça uma lista mental. Agora se pergunte se você tem todas essas características. Possivelmente não... Tendemos a ser muito exigentes e sustentar expectativas muito altas. Não estou dizendo para se contentar com pouco, mas para ter expectativas mais realistas. Não idealize um parceiro ou um relacionamento perfeito, pois isso é garantia de frustração. E lembre-se uma relação é composta por duas pessoas, você também faz parte dessa equação. Pense nas qualidades, sentimentos e atitudes que você gostaria que o outro tivesse e tente buscar em você essas características.
Seja sincero sobre o que você quer e sobre quem você é. As pessoas se perdem muito em “joguinhos”. Deixe que o outro te conheça. Só assim para saber se existe ou não uma sintonia entre vocês. Caso não exista, pratique o desapego e siga em frente. Existem outras opções, acredite!
É importante que você sinta-se bem sozinho. Se você está solteiro, não reclame, não fique infeliz. Isso só vai contribuir para criar uma energia negativa a sua volta. Busque ser a melhor companhia para você, procure se agradar, planeje sua vida pensando em seu bem-estar. Invista primeiro em um relacionamento consigo mesmo para alcançar um relacionamento mais saudável a dois.
Com essa nova (boa) energia, parta para coisas novas, “quebre” sua rotina. Conheça lugares novos, conheça pessoas novas, viva coisas novas. Procure apenas experimentar! Viaje para aquele lugar que você nunca pensou em conhecer.
Não existe o lugar certo para encontrar a pessoa certa. Você pode se envolver em uma batida de carro no trânsito, e conhecer alguém. Ou pode conhecê-lo na praia, na fila do banco, na academia, no consultório médico ou no lugar em que você trabalha. Sinta-se bem e apenas dê espaço para as oportunidades. Não procure um namoro, procure ser feliz! Afinal, não existe fórmula, então o melhor caminho é deixar que a vida te surpreenda!

Casamento: o que é isso, afinal? Parte 2


O casamento nem sempre ocorreu como conhecemos hoje.
Nas sociedades antigas, o casamento tinha um papel fundamental na continuidade familiar. O cônjuge era escolhido levando em conta os benefícios, tais como alianças entre parentes, e possíveis vantagens, garantidos com a união das famílias. O desejo de cada um dos cônjuges ou o sentimento que tinham um pelo outro não eram relevantes.
No século XX, a partir da década de 1950, o casamento e a escolha do cônjuge passaram a acontecer por amor, assim como a continuidade do casamento se devia ao amor. Entretanto, da mesma maneira, a falta de amor passou a ser um motivo suficiente para que um casamento fosse terminado. (TRAVIS, 2003).
O casal passa a concentrar-se mais na relação conjugal, buscando solidariedade, afeto e apoio um no outro, construindo, assim, um modelo matrimonial baseado na intimidade e na cumplicidade entre os cônjuges. Esse é apenas um dos aspectos das transformações no modelo de casamento. (TRAVIS, 2003). A necessidade da contribuição do salário da mulher como meio de ampliar a renda familiar e garantir o nível de consumo doméstico foi outro fato que modificou a estrutura familiar. As mulheres passam a ser importantes para suprir as necessidades financeiras da família. Esse fator muda a condição feminina, uma vez que possibilita sua independência financeira e redefine sua posição social na família e no espaço público. Com isso, alteram-se também os padrões de relacionamento entre homens e mulheres, o que desencadeia, por parte das mulheres, questionamentos dos modelos hegemônicos ordenadores da família e da sexualidade.
Na década de 1970, o movimento feminista se alastra, chega a pílula anticoncepcional, (que separa radicalmente a sexualidade da reprodução), passando o controle da reprodução biológica, que antes era do homem, para a mulher. (ROMANELLI citado por PORRECA, 2004). Dá-se uma nova mudança: a redefinição das relações homem-mulher e dos papéis sexuais. A desvinculação da reprodução com a sexualidade dá poder à mulher de reivindicar o prazer sexual. Ocorre assim a difusão de novas representações que valorizam a igualdade entre os sexos, a autonomia do sujeito diante do controle familiar, maior liberdade na expressão afetiva e sexual. A estabilidade da família passa a depender do recíproco consentimento dos cônjuges, no que compete à compatibilidade de gênios, adaptação sexual, harmonia conjugal, amor. (PORRECA, 2004).
Todo esse caminho contribuiu para que chegássemos à relação conjugal que conhecemos hoje.
O casamento é uma relação diferente de todas as outras, na qual os parceiros se comprometem numa história juntos. Cada um afeta e é afetado pelo comportamento do outro. Ao morar junto, cada cônjuge deve modificar-se internamente e organizar-se para dar início à construção de um mundo comum. O casamento transforma a imagem de realidade dos parceiros. A colaboração, por exemplo, passa a ocupar uma posição central na vida dos cônjuges. A construção de uma casa, a criação dos filhos, os planos futuros, a segurança existencial passam a ser objetivos em comum. É evidente que a liberdade, as escolhas pessoais e a sensação de independência ficam reduzidas no casamento. Se as decisões individuais de cada parceiro acabam por afetar o casal, é esperado que as divergências ocorram. (WILLI citado por TRAVIS, 2003).
Para Peck e Manocherian (1995), o casamento, contemporaneamente, por ser baseado no amor, geralmente ocorre com o sonho de ser duradouro. Porém, quando isso não ocorre, as pessoas partem para o divórcio como uma saída e uma nova chance de encontrar a felicidade. O fim do casamento pode gerar desapontamento, desespero, revanche, retaliação, ou pode causar um grande alívio, sendo sempre mais conflitante quando um quer e o outro não.
Mas o divórcio já é um outro assunto que vai ser tratado mais para frente...

Referências bibliográficas
-PECK, Judith Stern; MANOCHERIAN, Jennifer R. O divórcio nas mudanças do ciclo
de vida familiar. Em: CARTER, Betty; MCGOLDRICK, Monica. (Org.) As mudanças
no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. 2. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1995. Cap. 15.
PORRECA, Wladimir. Famílias recompostas: casais católicos em segunda união.
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto. 2004. Dissertação
(Mestrado).
TRAVIS, Susan. Construções familiares: um estudo sobre a clínica do recasamento.
Departamento de Psicologia. 2003. Tese (Doutorado).

PARA REFLETIR

Para começar a semana que tal um lindo texto para nos fazer refletir...


Nem tudo é fácil

“É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada.
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!! ”
(Cecília Meireles.)

Tenha um ótimo dia!

domingo, 13 de maio de 2012

FELIZ DIA DAS MÃES!



Uma criança pronta para nascer pergunta a Deus:
“Como eu vou viver sendo assim pequeno e indefeso?
“Deus disse: “Eu escolhi um anjo para você. Estará lhe esperando e tomará conta de você.”
Criança: “Aqui no Céu eu não faço nada a não ser cantar e sorrir, o que é suficiente para que eu seja feliz. Serei feliz lá?”
Deus: “Seu anjo cantará e sorrirá para você… A cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo e será feliz.”
Criança: “Como poderei entender quando falarem comigo, se eu não conheço a língua que as pessoas falam?”
Deus: “Com muita paciência e carinho, seu anjo lhe ensinará a falar.”
Criança: “E o que farei quando eu quiser lhe falar?”
Deus: “Seu anjo juntará suas mãos e lhe ensinará a rezar.”
Criança: “Eu ouvi que na Terra há homens maus. Quem me protegerá?”
Deus: “Seu anjo lhe defenderá mesmo que signifique arriscar sua própria vida.”
Nesse momento é chegada a hora do nascimento.A criança, apressada, pediu suavemente:
“Deus, eu estou no ponto de ir agora, diga-me por favor, o nome do meu anjo.”
E Deus respondeu:
“Você a chamará de MÃE”.

Feliz Dia das Mães!!!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Casamento: o que é isso, afinal? Parte 1


Quando um casal decide se casar, cada cônjuge leva para o casamento uma bagagem emocional, sócio-cultural e econômica de suas famílias de origem. Comumente, o homem terá expectativas e desejos diferentes da mulher, mas ambos estarão iniciando uma experiência igualmente nova. Assim, em uma visão ideal, a formação de uma nova família e os eventos marcantes do ciclo de vida familiar acontecerão de forma gradativa. 

Entretanto, as mudanças que vêm ocorrendo no que diz respeito à família têm alterado o lugar do casamento no quadro do ciclo de vida familiar. McGoldrick observa que, nos Estados Unidos, os casais iniciam a vida sexual mais cedo e casam-se cada vez mais tarde. Muitos jovens têm optado por morar junto antes de partir para uma união formal. Na verdade, mais da metade dos casamentos são precedidos por um período de co-habitação. No que diz respeito ao ciclo de vida, o casamento, que já representou um marco de transição para a vida adulta, hoje reflete uma continuidade desta etapa, visto que o nascimento dos filhos está sendo adiado cada vez mais, principalmente nas camadas médias e altas da população.

McGoldrick (1995) coloca o dilema existencial de tornar-se um casal como sendo, provavelmente, o maior entre os demais do ciclo vital. Isto atribuído ao fato do casamento ser a única relação familiar que juramos ser “exclusiva” e “para sempre”, embora seja a relação onde exista a menor probabilidade do juramento ser cumprido. Outra questão que pode se pensar é que em nossa cultura os ideais de realização pessoal e autonomia são bastante valorizados e não se adequam ao ideal de casamento, que por definição não é uma união livre, mas um compromisso. (Willi citado por Travis, 2003)

Em contraponto, estatísticas epidemiológicas demonstram que as pessoas casadas apresentam melhores resultados em pesquisas sobre distúrbios psíquicos ou somáticos, índice de mortalidade, doenças psicossomáticas, drogas, alcoolismo, número de infartos, suicídios, etc, do que as pessoas divorciadas ou viúvas. Nos resultados de pesquisas sobre satisfação com a própria vida, dedicação e sucesso profissional, as pessoas casadas também aparecem melhor situadas do que aquelas sem parceiros. Percebe-se um grande paradoxo em relação ao casamento: ao mesmo tempo em que ele representa um cerceamento da liberdade, ele promove um estado físico e psíquico aparentemente melhor.(Willi, citado por Travis, 2003)

Referências bibliográfica

- Mcgoldrick, Monica. Em: Carter, Betty; Mcgoldrick, Monica. As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia de família. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.  
- Travis, Susan. Construções familiares: um estudo sobre a clínica do recasamento. Departamento de Psicologia. 2003. Tese (Doutorado).