quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Música do dia.


Toda a tristeza, deixa pra lá.
A vida é tão curta, então vamos aproveitar!!

Curte a música da Marisa Monte, Não é proibido!

Quando um não quer, dois não beijam!



Hoje fiquei sabendo por uma cliente, que é fã da Saga Crepúsculo, que os personagens principais do filme Kristen Stuart e Robert Pattinson haviam reatado o relacionamento. Como grande fã, ela torcia para a reconciliação do casal e ficou super feliz por Robert ter perdoado a traição da namorada.

Na mesma hora tive a idéia de escrever sobre a traição e o perdão e compartilhei com ela meu desejo. Ela achou “super bacana”, como ela mesma disse “me inspirar a escrever”. Eu também fico feliz em ter clientes que me inspiram.... 

Não sei se a informação da reconciliação procede. Afinal, nem tudo que lemos na internet ou nas capas de revista são informações confiáveis. Mas resolvi dar uma olhada nas informações anteriores que haviam circulado sobre o término do relacionamento dos dois.

Era mais ou menos o que eu já havia ouvido mesmo. Kristen que namorava Robert o traiu com o diretor do filme em que a atriz era protagonista. Por serem famosos, essa informação, somada as fotos, (“as provas do crime”), transformaram um problema íntimo e pessoal de um casal em uma história pública. Infelizmente é o preço que se paga pela fama: exposição e privacidade zero! Mas lendo aquilo tudo, desisti de falar do que eu havia inicialmente pensado. Meu foco mudou... meu choque mudou meu foco!

O que me chamou a atenção, definitivamente, não foi a traição em si. Foi o fato das pessoas terem “apedrejados” somente a atriz. E o diretor nessa história?

Vi na internet blusas sendo vendidas com frases “Kristen is a trampire”, que traduzindo seria algo como “Kristen é uma vampira vagabunda” e “Kristen is a cheater”, que significa “Kristen é uma traidora”. Tudo bem, de fato ela traiu o namorado e traição não é uma atitude honrosa. Mas ela não traiu sozinha. Por que o diretor (em reportagem nenhuma que eu li) não foi tachado, esculhambado, e etc. como fizeram com a moça? Por que ninguém fez uma blusa escrita, pelo menos, “Rupert é um sacana”?

Não sou a favor das camisetas (não mesmo!), nem de nenhum tipo de atitude maldosa que ridicularize as pessoas, principalmente em momentos de fragilidade e sensibilidade. Não cabe a ninguém julgá-los por suas atitudes, afinal ninguém sabe quais os motivos os levaram a isso... O meu choque foi ver a reação em massa ter se voltado SOMENTE para ELA!

Kristen não traiu sozinha. O diretor, Rupert Sanders, é casado e tem dois filhos. E em momento nenhum foi criticado por sua infidelidade e deslealdade.

É mais chocante para as pessoas uma garota de 21 anos trair o namorado do que um pai de família trair a esposa? “Ah claro, ele é homem!”, deve ser a resposta de alguns... Sério? Em pleno século XXI as pessoas ainda pensam que o homem que trai é o garanhão e a mulher que trai é a safada? Traição é traição, a intenção e a atitude independem do sexo. E se as pessoas se acham no direito de julgar, condenar e criar frases em camisetas, esperaria pelo menos que os dois recebessem a mesma “punição”. Assim, pelo menos, a revolta seria contra o ato de trair e não ao ato de uma mulher trair.   

E provavelmente o “massacre” não parará por aí. Se Robert, de fato, tiver reatado o namoro com Kristen, as pessoas também vão julgá-lo. A bola da vez será ele...E mais revistas serão vendidas. Alguns acharam a atitude dele madura, nobre e que o amor verdadeiro prevaleceu. E o resto das pessoas? Bem, se bobear não demora muito e estarão lançando uma blusa escrita “Robert é um corno manso”. Afinal, "homem que é homem não perdoa", não é isso que dizem?!

Por que escrevi isso tudo? Porque acredito na nova geração! E são os adolescentes, principalmente, que quero que reflitam com esse texto. Afinal, Kristen e Robert são estrelas do público adolescente. E a minha esperança, meu real desejo, como pessoa e como psicóloga é que as novas gerações sejam menos machistas e moralistas. Espero que o mundo evolua! E não vai ser lendo matérias desse tipo e outras do mesmo nível que os adolescentes passarão a ter um novo tipo de comportamento no colégio, nas baladas, ou na pracinha do bairro. Depois, essas mesmas pessoas que julgam, estarão se indignando pelos mal tratos que sofrem ou que vêem seus filhos sofrerem no convívio social. E isso teve influência de onde mesmo?

O objetivo inicial era falar sobre traição, sobre o efeito que isso causa na relação, sobre as possibilidades que isso traz ao casal, sobre o perdão. Mas isso vai ficar para outro post. Não poderia deixar de expor meu manifesto a favor de respeito igual para meninas/mulheres e meninos/homens!  

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

"Mantra"!



Tem certos textos que deveríamos colar na porta da geladeira, do armário, no espelho... ou em qualquer lugar que a gente possa ler todos os dias. Esse texto é um deles. Aprenda a viver e a viver bem. Não precisa de vocação para ser feliz...

Depressão: ''é excesso de passado,
é ficar preso no que já foi, achando que, quem sabe um dia,
o passado muda e os momentos ruis que já aconteceram vão passar para momentos bons. Já pensou se acontece o contrário e os momentos bons do passado ficassem ruins também''?

Ansiedade: ''É o excesso de futuro.
É querer controlar o incontrolável,
achar que tem um poder sobrenatural que vai fazer com
que as coisas aconteçam do seu jeito e não do jeito que as coisas são''.

A CURA: está em viver o presente,
agradecendo por tudo de bom que ja aconteceu,
construindo um passado com momentos lindos a serem lembrados e
um futuro cheio de fé pois o que acontecer com você daqui pra frente
vai ser o melhor presente que Deus lhe deu. 


(autor desconhecido)

Música do dia



Já que o assunto do post anterior foi sobre sexo, achei mais pertinente escolher hoje a música da Rita "Brilhante" Lee, Amor e Sexo!


Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte...
Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é cinema..
Sexo é imaginação
Fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia...
O amor nos torna
Patéticos
Sexo é uma selva
De epiléticos...
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Uh!
Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom
Amor é do bem...
Amor sem sexo
É amizade
Sexo sem amor
É vontade...
Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes
Amor depois...
Sexo vem dos outros
E vai embora
Amor vem de nós
E demora...
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Oh!
Amor é isso
Sexo é aquilo
E coisa e tal!
E tal e coisa!
Uh! Uh! Uh!
Ai o amor!
Hum! O sexo!

Pensatas

 "O mar não recusa nenhum rio. Assim como o coração aberto não recusa parte alguma de mim e de você".

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Música do dia


Minha música do dia de hoje é Tocando em frente. Música que escuto desde pequena e remete muito minha infância. Além da melodia, tem uma letra maravilhosa. Para ouvir e refletir.... Essa música para mim é especial!
Não vou colocar a letra, ouça e se deixe contagiar!



Pensatas


Quando deixamos nossa luz brilhar, inconscientemente damos permissão aos outros para fazer o mesmo.
Quando nos liberamos de nosso próprio medo, nossa presença automaticamente libera outros.- Marianne Williamson


Antes tarde do que mais tarde ainda! Vamos falar de resiliência!

Prometi já faz um tempo falar sobre a resiliência e a contribuição dela em nossas vidas. Mas, como vocês perceberam eu me ausentei e fiquei devendo isso a vocês.

Sem mais delongas, você sabe o que é resiliência? Pelo menos já ouviu falar? Imagina o que seja?

De maneira sucinta, Pinheiro (2004) define resiliência como a habilidade do ser humano enfrentar adversidades, ser atingido por elas, mas alcançar a superação. Entretanto, é necessário definir de maneira abrangente o fenômeno da resiliência. 


Pereira (2001) pontua que em nossa sociedade as mudanças são rápidas e profundas e fazem parte do cotidiano, exigindo constantes esforços para adaptação. Assim, identifica a resiliência como um desafio para o novo milênio. A palavra resiliência apresenta diferentes significados. Seguindo a definição do Dicionário Aurélio, o termo resiliência representa para a Física e para a Engenharia a capacidade de um material, após ter sofrido uma pressão sobre si, retomar seu estado original. Em sua origem etimológica, a palavra resiliência do latim resiliens significa saltar para trás, voltar para, recuar, ser impelido, romper. Em inglês, resilient denota idéia de elasticidade e acelerada capacidade de recuperação. (PINHEIRO, 2004).
No campo da Psicologia, muitas pesquisas e teorias sobre a resiliência ainda estão em desenvolvimento.

De acordo com Silva, Elsen e Lacharité (2003), Souza (2004) e Carboni (2007), o termo resiliência, adaptado ao campo das Ciências Humanas e Sociais e da Saúde, foi inicialmente relacionado à capacidade de regeneração, adaptação e flexibilidade, qualidades atribuídas às pessoas capazes de recuperar-se de situações adversas, traumáticas ou abruptas e que responderam de forma positiva47, indo contra o esperado ao não desenvolverem patologias ou sucumbirem à delinqüência, ainda que expostos a riscos potenciais para sua saúde e/ou desenvolvimento. Esta capacidade é considerada por alguns autores como uma competência do indivíduo que vai se construindo a partir das interações entre o sujeito, a família e o ambiente e, para outros, como uma competência não apenas do indivíduo, mas, também, de algumas famílias e de certas coletividades. (SILVA; ELSEN; LACHARITÉ, 2003).

Enfim, para Grotberg (2002) resiliência é a capacidade humana para enfrentar, vencer e ser fortalecido ou transformado por experiências de adversidade e que a maioria das definições de resiliência são apenas variações do mesmo conceito. Grotberg (2002) fala também de resiliência em comunidades, etnias e culturas.

Acho que com tantas definições já dá para ter uma noção do que é resiliência no campo da psicologia. Mas, tem algumas observações pertinentes para que você entenda o que é e como desenvolver a resiliência.


Os precursores do termo resiliência na Psicologia são os termos invencibilidade ou invulnerabilidade. Rutter, um dos pioneiros do estudo da resiliência em Psicologia,citado por Yunes (2003), diz que invulnerabilidade passa uma idéia de resistência absoluta ao estresse, como se fôssemos intocáveis e sem limites para suportar o sofrimento. Assim, resiliência e invulnerabilidade não são termos equivalentes. A resiliência seria uma habilidade de superar as adversidades, mas o indivíduo não sairia ileso a essas adversidades, como sugere o termo invulnerabilidade. (ZIMMERMAN;
ARUNKUMAR apud YUNES, 2003).

Flach, de acordo com Pinheiro (2004), ainda em 1966, atribuiu o uso do termo
resiliência para descrever as forças psicológicas e biológicas necessárias para atravessar com sucesso as mudanças na vida. Para ele, o indivíduo resiliente é aquele que tem habilidade para reconhecer a dor, perceber seu intuito e tolerá-la até resolver as adversidades de forma construtiva.

Mas como adquirir essa habilidade e capacidade de lidar com as adversidades e superá-las? Como o assunto é extenso, vamos por parte. Mas dessa vez, sem longas pausas! Prometo!




quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Pensatas


Música do dia


Cinquenta tons de cinza e o impacto na vida real!!


Será que o cinza é bom?

Já faz um tempo que tenho escutado falar a respeito do livro “Cinquenta tons de cinza”, primeiro volume da trilogia escrita pela inglesa E.L. James.  A primeira vez que ouvi sobre o livro foi no programa Saia Justa, do Canal GNT, e depois disso passei a ouvir cada vez mais frequentemente. Hoje já sei que virou bestseller.

Sabia pouco da história, mas o suficiente para achar o tema um insulto às mulheres. E isso me deixou confusa, como um livro que trazia como tema a submissão da mulher podia ser tão interessante para as próprias mulheres?

Caso algumas de vocês ainda não saibam sobre a história do livro, vou contar à sinopse que melhor descreveu o conteúdo do livro. "Cinquenta Tons de Cinza retrata Anastasia Steele, uma virgem de 21 anos na Faculdade de Literatura que, após entrevistar Christian Grey para o jornal da faculdade, passa a ter um relacionamento com o magnata. A trama se desenrola em Seattle, e em meio ao luxo, Anastasia descobre por meio de Christian Grey o mundo do sadomasoquismo, descrito por meio "a linguagem simples dos romances baratos e ao enfoque descaradamente água com açúcar da história de amor". Anastasia se torna escrava sexual de Grey, com ricos detalhes de bondage, sadismo e masoquismo (BDSM)". 

Eu que tenho por hobby a leitura, depois de tanto murmurinho, já não conseguia mais domar a minha ansiedade e me rendi a leitura do bestseller (que tem sido chamado de pornô para mamães). E foi aí que eu entendi porque o livro já vendeu mais de 40 milhões de cópias.

O livro é depreciativo? Sim. Christian Grey é sádico? Sim. Ele gosta de ter as mulheres como submissas a ele? Sim. Mas o que encantou tantas mulheres não foi isso. Foi o romance "água com açucar" que faz parte da trama, o apelo erótico que o livro traz e a esperança de que ao final, como em todo romance, a mocinha consiga "consertar" o "bad boy". Bom, pelo menos assim espero, pois me recuso a crer que as mulheres desejam homens que não as valorizam, que não as validam, que as violentam fisicamente, etc.

Voltando ao livro... o personagem não é simplesmente sádico, é também extremamente envolvente, atencioso (do jeito dele) e problemático. E apesar de toda essa relação sádica/masoquista imposta por Christian Grey existe, acredito eu, um grande desejo nas leitoras de que ele seja no fundo um homem amoroso, preocupado, atencioso, galanteador e bom de cama ( isso o livro deixa bem claro que ele já é). E que eles vivam felizes para sempre. Acho que é aí que está o segredo. Pois não é isso que toda mulher quer? Se não são todas as mulheres, estamos, pelo menos, por volta de 40 milhões de mulheres espalhadas pelo mundo...

Passeando pela internet achei o texto da escritora Laura Henriques e achei interessante a maneira como ela descreveu o je ne sais quoi do livro e resolvi acrescentar aqui um outro olhar.

“Por muito tempo, tínhamos o Mr. Big. Aquele, da Carrie, do Sex and The City. Sempre achei que o charme do Mr. Big era seu mistério, aquela coisa de chove não molha, aquele jeito de seduzir sem compromisso e sem te dar certeza de nada. Mr. Big era aquele que surge na 1ª temporada e dura ate a 6ª, sem resolver a situação, aquele que a gente cria um apelido, e só se refere a ele assim, que nos tira de todos os eixos, e todas as amigas sabem quem é. E torcem o nariz, porque, né?, estão cansadas de ouvir as histórias e resumir pra você: ele não vale nadaaaaa.

Ai, o seriado acabou, vieram os filme e o Mr. Big ficou pequeno, minúsculo. Ele casou com a Carrie, tiveram crises, hoje em dia eu acho a Carrie uma chata ( mas isto é assunto pra outro post) e, enfim, o Mr. Big ganhou um nome que eu nem me lembro...

E ai, quando menos esperávamos, órfãs de um personagem forte assim, eis que agora temos um novo Mr. em nossas vidas e imaginário: Mr. Grey, Christian Grey. Muito prazer, com o perdão do trocadilho...

Se você ainda não leu, vem spoiler por ai. Se já leu, pode prosseguir. Mesmo se não tiver lido, não considero o spoiler grave, já que o livro, dos tais Cinqüenta Tons de Cinza não tem história: uma moça jovem e comum se apaixona por um jovem milionário misterioso e absolutamente tarado (só por ela, já que, se fosse tarado por muitas, não ficaríamos assim tão seduzidas).

O Mr. Grey é um Mr. Big com pimente. Malagueta, no caso. Ele é muito mais lindo que o Mr. Big e muito, muito mais sensual (ou sexual?). Tem suas preferências específicas e é a febre do momento. Assim como o Mr. Big, o Mr. Grey é esta coisa indefinida, uma zona cinzenta. Ele não quer nada “preto no branco”, arroz com feijão, com açúcar e com afeto. Ele quer controlar, dominar e enfim, ele não fala muito e deixa todas as leitoras suspirarem.

Enquanto lemos, temos ideias e já ouvi muita gente comentando “os maridos/namorados vão agradecer”, mas, sinceramente, e nós? Vamos? Um moço que não divide, não conversa, controla TUDO: sua alimentação, suas roupas, sua higiene pessoal, suas horas de sono, sua ginástica? Um moço que não sabe quem você é, mas te dá um blackberry, um computador, um carro, só porque ele quer te controlar ao máximo? Venhamos e convenhamos, se o Sr. Grey tivesse uns cinqüenta anos, fosse careca e baixinho seria o livro mais repugnante de todos os tempos.

No entanto, não dá para negar, não dá para lutar contra. O tal do Mr. Grey chegou com tudo e a atração que ele exerce é fatal e irresistível. O Mr. Grey é a tentação dolorosa, aquele homem que a gente racionalmente, nunca quer ter por perto, mas que deixando só a fantasia falar, não é tão mal assim.

Eu estou ansiosa para adquirir a tradução dos próximos volumes da trilogia, que foi lançado essa semana. E você, ta esperando o que pra ler?”.

Mas o que me preocupa é que a vida real não é feito conto de fadas ou romances açucarados com finais felizes. Relações como a descrita no livro e bem exposta pela Laura deve mesmo ficar no campo da imaginação, da fantasia... Assim, após a leitura não pude deixar de pensar nas mulheres que são submetidas à violência doméstica.

A violência física é uma agressão comum. Os agressores espancam as mulheres com objetos como cinto, vassouras, panelas, correntes, chicotes, etc. Atos de verdadeiro sadismo, como queimaduras com ponta de cigarro, água quente e até mesmo privação de água e comida também são comuns. O que tem de romântico nisso? NADA. Porque isso é vida real.  

A violência doméstica pode gerar severos traumatismos e fortes danos emocionais. Vivenciar uma relação violenta acarreta danos à saúde mental da mulher, traduzidos, principalmente, por constantes estados de tristeza, ansiedade e medo, afetando negativamente a integridade física e emocional da vítima e seu senso de segurança.

“Os sintomas psicológicos freqüentemente encontrados em vítimas de violência doméstica são: insônia, pesadelos, falta de concentração, irritabilidade, falta de apetite, e até o aparecimento de sérios problemas mentais como a depressão, ansiedade, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, além de comportamentos auto-destrutivos, como o uso de álcool e drogas, ou mesmo tentativas de suicídio”. (Paula Martinez da Fonseca; Taiane Nascimento Souza Lucas citando KASHANI; ALLAN, 1998)

“Para tentar suportar essa realidade, a mulher precisa abdicar não somente de seus sentimentos, mas também de sua vontade. Com isso, ela passa a desenvolver uma autopercepção de incapacidade, inutilidade e baixa auto-estima pela perda da valorização de si mesma e do amor próprio” (Paula Martinez da Fonseca; Taiane Nascimento Souza Lucas citando MILLER). 

No momento desta leitura muitos devem estar se perguntando porque as mulheres permanecem em uma relação violenta. Não existe uma única resposta e sim múltiplos fatores.  

Uma mulher pode se manter durante anos em uma relação que lhe traz dor
e sofrimento, sem nunca denunciar as  agressões sofridas. E quando decide  fazê-la, em alguns casos, é convencida ou até mesmo coagida a desistir de levar sua vontade adiante. Muitas vezes, a violência acaba sendo protegida como um segredo, em que agressor e agredida fazem um “pacto de silêncio” que o livra da punição. A mulher, então, passa a ser cúmplice das próprias agressões que sofre.

“Em face de tal realidade, desenvolvem-se concepções populares de que as mulheres “gostam de apanhar”, ou ainda de que “algo fizeram para merecerem isto”. Esta idéia nega a complexidade do problema e atribui à violência um caráter individual, oriundo de aspectos específicos da personalidade feminina”. (Paula Martinez da Fonseca; Taiane Nascimento Souza Lucas citando LUCAS GROSSI). 

Muitos são os motivos pelos quais a primeira agressão sofrida, geralmente, não é denunciada: o conflito por não querer perder o parceiro, o medo das conseqüências que a denuncia irá gerar (como a prisão do companheiro), entre outros. Numa tentativa de que as agressões apenas cessem, as mulheres acabam deixando para buscar socorro quando já estão exaustas de apanhar e a sensação de impotência bate. É assustador como é freqüente a busca dessas próprias mulheres em justificar as atitudes do abusador, se apegando em argumentos como o ciúme, a proteção e demonstrações de amor. O estresse decorrente do dia-a-dia, as dificuldades financeiras e o cansaço são fatores externos atribuídos. Também o álcool é um motivo alegado pela grande maioria das vítimas, para explicar o comportamento agressivo de seus parceiros.

“O álcool estimula este tipo de comportamento dos homens, mas age apenas como um catalisador de uma vontade pré-existente, havendo, portanto, uma intenção em ferir a integridade física da mulher”. (Paula Martinez da Fonseca; Taiane Nascimento Souza Lucas citando Gregori).

Mesmo quando há o intento de se separar do marido, a mulher sente-se culpada e envergonhada pela situação em que vive, seja por medo, impotência, debilidade.

“Outro elemento que impede a separação entre vítima e agressor e contribui para o aumento do índice de violência é a falta de apoio social, refletido pelo escasso número de pessoas (parentes, amigos ou vizinhos) ou entidades (igreja, instituições), aos quais a mulher pode confiar o suficiente para relatar as agressões e acreditar que algo será feito para evitar sua incidência. Quando a mulher tem uma boa relação com familiares e amigos, permitindo-se contar-lhes sobre sua vida conjugal, suas casas passam a ser uma possibilidade de refúgio. No entanto, quando isto não é possível, devido à situação de isolamento provocada por seu parceiro, a única possibilidade encontrada é recorrer às casas-abrigo, que funcionam para acolher mulheres em situação de violência, mas que representam, para muitas, enfrentar um futuro desconhecido” (Paula Martinez da Fonseca; Taiane Nascimento Souza Lucas citando Miller).

O fator financeiro é outro elemento que se destaca contribuindo para que a situacão de violência seja aceita pela mulher. A grande maioria depende economicamente do companheiro e têm medo de não conseguir sustentar a si mesmas e a seus filhos; outras, por receio  de perderem suas residências.

Enfim, não estou desencorajando a leitura do “Cinqüenta tons de cinza” e suas sequências. Mas aquilo é apenas um romance literário erótico. Me preocupa é que as pessoas passem a achar normal a mulher ser submissa e o homem manipulador/abusador. O livro não deve servir para instigar esse tipo de comportamento. Neste caso, a vida não deve imitar a arte!

Referências bibliográficas:


Violência Doméstica Contra A Mulher E Suas Consequências Psicológicas. Paula Martinez Da Fonseca E Taiane Nascimento Souza Lucas.

Wikipedia – a enciclopédia livre.

Abandono do Blog??

Com um sumiço tão prolongado, vocês devem estar achando que eu abandonei de vez o blog. Mas isso não ocorreu. Projetos paralelos, como eu já disse anteriormente, têm demandado bastante do meu tempo . E um período de "férias" também contribuiu para a minha ausência. Mas agora prometo me desdobrar em três, se preciso, e me dedicar ao "Arquitetura da Psique". E confesso que estava com muita saudade desse nosso espaço!! Então é isso pessoal, estou de volta e com bastante ânimo!