Nazareth (2004) defende
que o divórcio tem repercussões singulares, específicas e extensas. Assim como
o casamento traz repercussões no indivíduo e no meio que o cerca, o divórcio
também traz. “Toda separação tem conseqüências que provocam muita turbulência
em todos os envolvidos.” (NAZARETH, 2004).
São muitas as causas de
um divórcio. Ele pode ocorrer devido a imaturidade emocional, egocentrismo,
dificuldade de intimidade, baixa auto-estima, fusão entre os cônjuges, relações
extra-conjugais. Assim como pode ocorrer também, em busca de uma relação
conjugal que seja satisfatória. Independente da razão, o divórcio é um evento
de alto nível estressor.
De acordo com Anton (2000), sendo o divórcio um forte rompimento no ciclo de vida das
pessoas envolvidas, as fases de vida concomitantes ao divórcio ficam mais
complexas. No entanto, deve-se considerar o contexto sócio-cultural da família
com relação ao impacto do divórcio. Alguns grupos religiosos aceitam melhor o
divórcio do que outros. Pessoas que moram em cidades do interior têm maior
dificuldade em se divorciarem por temerem discriminação.
Peck e Manocherian
(1995) afirmam que é preciso se ajustar a nível emocional e prático à nova
vida. São muitos os fatores que influenciam a resposta frente ao divórcio: as
circunstâncias da dissolução do casamento, a natureza e a qualidade da vida
pósseparação, duração do casamento, estabilidade psicológica inicial, apoio
disponível, entre outros.
E a reação dos filhos?
Peck e Manocherian (1995) apontam que as reações dos filhos mudam de acordo com
a idade, questões de gênero, temperamento, posição na família, experiências
passadas, sistemas de apoio e competência cognitiva. O processo de ajustamento
ocorre em estágios, num período de um a três anos, sendo o primeiro período o
de pré-decisão e o último o de algum tipo de homeostase estabelecido na nova
família, de progenitor sozinho ou recasamento.
Amanhã farei uma
descrição dos estágios mencionados acima.
Referências bibliográficas:
-ANTON, Iara Camarata. A escolha do cônjuge: um entendimento psicodinâmico. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
- NAZARETH, Eliana. Família e Divórcio. In: CERVENY, Ceneide. Família e.... São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.
- PECK, Judith Stern; MANOCHERIAN, Jennifer R. O divórcio nas mudanças do ciclo de vida familiar. In: CARTER, Betty; MCGOLDRICK, Monica. (Org.) As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. Cap. 15.
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