quarta-feira, 30 de maio de 2012

Lidando com a questão do divórcio dos pais – Parte 2


Nazareth (2004) defende que o divórcio tem repercussões singulares, específicas e extensas. Assim como o casamento traz repercussões no indivíduo e no meio que o cerca, o divórcio também traz. “Toda separação tem conseqüências que provocam muita turbulência em todos os envolvidos.” (NAZARETH, 2004).

São muitas as causas de um divórcio. Ele pode ocorrer devido a imaturidade emocional, egocentrismo, dificuldade de intimidade, baixa auto-estima, fusão entre os cônjuges, relações extra-conjugais. Assim como pode ocorrer também, em busca de uma relação conjugal que seja satisfatória. Independente da razão, o divórcio é um evento de alto nível estressor.

De acordo com Anton (2000), sendo o divórcio um forte rompimento no ciclo de vida das pessoas envolvidas, as fases de vida concomitantes ao divórcio ficam mais complexas. No entanto, deve-se considerar o contexto sócio-cultural da família com relação ao impacto do divórcio. Alguns grupos religiosos aceitam melhor o divórcio do que outros. Pessoas que moram em cidades do interior têm maior dificuldade em se divorciarem por temerem discriminação.

Peck e Manocherian (1995) afirmam que é preciso se ajustar a nível emocional e prático à nova vida. São muitos os fatores que influenciam a resposta frente ao divórcio: as circunstâncias da dissolução do casamento, a natureza e a qualidade da vida pósseparação, duração do casamento, estabilidade psicológica inicial, apoio disponível, entre outros.

E a reação dos filhos? Peck e Manocherian (1995) apontam que as reações dos filhos mudam de acordo com a idade, questões de gênero, temperamento, posição na família, experiências passadas, sistemas de apoio e competência cognitiva. O processo de ajustamento ocorre em estágios, num período de um a três anos, sendo o primeiro período o de pré-decisão e o último o de algum tipo de homeostase estabelecido na nova família, de progenitor sozinho ou recasamento.

Amanhã farei uma descrição dos estágios mencionados acima.

Referências bibliográficas:

-ANTON, Iara Camarata. A escolha do cônjuge: um entendimento psicodinâmico. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 

- NAZARETH, Eliana. Família e Divórcio. In: CERVENY, Ceneide. Família e.... São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004. 

- PECK, Judith Stern; MANOCHERIAN, Jennifer R. O divórcio nas mudanças do ciclo de vida familiar. In: CARTER, Betty; MCGOLDRICK, Monica. (Org.) As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. Cap. 15.

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