quinta-feira, 17 de maio de 2012

CONTO DE FADAS DA MULHER MODERNA


Desde crianças, as mulheres cultivam um sonho: o casamento. Os contos de fadas são grandes contribuintes. Sempre narram a história da princesa que passa por maus bocados durante um longo tempo, mas por fim é resgatada por um lindo (e rico) príncipe encantado, e se casa!
À medida que vamos virando “mocinhas”, os filminhos perdem um pouco a graça e evoluímos para as bonecas. Recriamos inúmeras vezes esses contos que tanto assistimos, montando o casamento da nossa Barbie (seja ela barbie sereia, rocker, veterinária, professora de balé ou engenheira de computação) com seu namorado, o Ken. E quem nunca brincou disso que atire a primeira pedra.
O tempo passa, abandonamos as bonecas, nos despedimos do príncipe Ken, mas o sonho de “viver feliz para sempre” continua ali. Com a chegada do primeiro amor nos sentimos a própria Cinderela (ao fim da história, claro!). Até que após algumas desilusões amorosas, ou choque de realidade como preferir, percebemos que não existe príncipe encantado, fada madrinha e que um beijo de amor verdadeiro não nos salva de todos os males. E nem por isso a vida deixa de ser maravilhosa!
Fico muito feliz em não ser uma princesa. Imagina que chatice passar anos dormindo, presa em uma torre ou sendo responsável pelos afazeres domésticos da casa de sua madrasta, apenas esperando pelo tão desejado príncipe. Prefiro a vida real, com pessoas reais, sonhos reais, amores reais.
Acordo, trabalho, viajo, danço, curto meus amigos e minha família. E apesar de saber que não existe príncipe e nem princesas, tenho certeza de uma coisa: existe o amor e ele pode ser eterno! E acho a minha vida muito mais divertida que um conto de fadas.
É muito comum recebermos a notícia de que aquele casal bacana, casado há vários anos, separou-se. E tem aqueles que dizem “poxa, que pena que não deu certo”. Como assim não deu certo? Claro que deu. Deu certo por tantos anos. Teria dado errado se não houvesse casamento. Mas as pessoas acham que o divórcio é o fracasso ou a descrença no casamento e o elevado número de divórcio no Brasil contribui ainda mais para esse pensamento.
O aumento do divórcio não significa falência na crença do matrimônio, ao contrário, as pessoas se separam mais, atualmente, porque buscam relações conjugais mais satisfatórias e de qualidade. O crescimento do divórcio é o reflexo da busca pela satisfação no casamento. O que ilustra isso é que muitos divorciados acabam casando novamente. Assim, o divórcio não ocorre porque o casamento torna-se pouco importante, mas porque sua importância é tão grande que os indivíduos não aceitam que suas expectativas relacionadas a esta união sejam frustradas. “Ao contrário do que se pode pensar, o divórcio não é a desvalorização do amor, mas a compreensão do finito”. (Féres-Carneiro, 2003).
Então, aproveita que Hollywood está recriando os clássicos contos de fadas, arrume uma boa companhia e vá ao cinema comer pipoca e assistir  a uma fantasia! E lembre-se, o filme é ficção, mas o amor não. E não há estatística de divórcio que mude isso. 

Referência bibliográfica

FÉRES-CARNEIRO, Terezinha. Separação: o doloroso processo de dissolução da conjugalidade. Estudos de Psicologia, Natal, 2003.

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