sexta-feira, 23 de novembro de 2012


VALE O ESFORÇO

Eu sei que, às vezes, sorrir é difícil. Mas sei também que sempre vale o esforço.
Assim como acordar bem cedo para ir à ginástica, assim como resistir ao segundo pedaço de doce, assim como enfrentar aquele trânsito para dar uma passadinha de 15 minutos na casa da avó que quer te ver, assim como achar um jeito (ou, simplesmente, conseguir sinal) para dar um telefonema de “parabéns”, ou só de “oi, tô com saudades”. Tudo isso vale o esforço.
Tem dias que o mundo acorda carrancudo, e a gente mais ainda. E já sai da cama atrasada, e descobre que não pagou a conta de telefone, que a lavanderia manchou o vestido, que a irmã perdeu o brinco emprestado, que o vôo atrasou e a reunião foi perdida. Dá desespero – e consequentemente cara feia – descobrir que a meia calça desfiou, que o taco do salto soltou, que o cabelo está rebelde e que a unha, lindona, vermelha e poderosa, lascou assim que você virou a chave, desligando o carro ao voltar do salão.
Estressa ter que fechar o vidro porque a gente tem medo de assalto, e ficar olhando para frente, sabendo que alguém, na sua janela, pede ajuda, esmola, dinheiro, atenção, solidariedade, essas coisas todas que nos pedem hoje em dia e que nos culpamos por não poder dar na quantidade em que gostaríamos. Estressa ter que lidar com atendente de telemarketing ou chegar correndo numa repartição qualquer e dar de cara com a moça que te responde: acabei de encerrar o computador, senhora.
Se cara feia resolvesse, o mundo estava resolvido. Entretanto, não resolve, não muda nada. E cara feia também dá trabalho. Cada vez mais percebo isso, pela experiência cotidiana.
Diferentemente, ir a ginástica muda nosso corpo (e nossa alma), resistir ao segundo pedaço de doce aumenta a autoestima, passar na casa da vó, dar um telefonema de carinho, melhora demais a vida, injeta amor na veia. Sorrir então, “apesar de”, muda muita coisa.
Fiz esta opção de vida: sigo sorrindo, “apesar de”. Por que descobri que quando a gente se esforça e, apesar de tudo, apesar de qualquer coisa, sorri, parece que o mundo, muitas vezes, sorri de volta.
Sorria, garanto que vale o esforço.
Por Laura Henriques

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